O filme, lançado para promover a nova camisa do time que agora conta com novo patrocinador, tem narração do rapper Rincón Sapiência. Assista:
Lá pelo 1:10 o narrador começa a desvendar o que acham das outras torcidas, dizendo que “eles” dizem que não têm mundial, que “eles” dizem que os títulos que ganharam não vale nada.
É óbvio que “eles” são todos os outros que ousem criticar o clube.
Em seguida, afirmam que verde é a única cor que nunca vão usar, se referindo, é claro, aos seus oponentes, os tais “eles”.
Ao final, terminam aduzindo terem mudado o significado da cor verde, que no início do filme é atribuída à esperança. Para a campanha, a cor verde passou a ser “A cor da inveja”.
Ah, sim, a cor do uniforme do Palmeiras continua sendo verde. Verde de inveja? Não se sabe. Mas segundo o que consta na campanha, o verde é sim de inveja. Logo, quem veste verde é um invejoso?
Há que se convir: não é um slogan de fácil compreensão!
Assim como também não é fácil entender porque os clubes de futebol precisam sempre dos clichês ‘nós sofremos até a morte pelo clube’ e somos ‘nós contra eles’, tornando a discussão clubística sempre um embate, promovendo uma das piores mazelas do esporte: a violência.
Parece que paixão e ódio são os únicos dois temperos que se têm para trabalhar, o que, convenhamos, está se tornando uma moda, com a incorporação de discursos de ódio em diversas campanhas publicitárias.
Esses dois elementos, quando misturados, são um resultado bastante tóxico: a violência, que é vedada pelo CONAR no artigo 26 do Código Brasileiro de Autorregulamentação Publicitária: “Os anúncios não devem conter nada que possa conduzir à violência”.
No Consumo e Mercado, podcast do IntervaloLegal, entrevistamos recentemente o jornalista e advogado Andrei Kampff, e o episódio foi sobre Direito do Torcedor. Lá abordamos esta questão da violência e da responsabilidade dos clubes pela segurança dos torcedores. Algo que tem tudo a ver com a proposta verde/invejosa e opor torcidas e enaltecer a guerra entre nós x eles. Ouça:
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